Cooperação empresarial inteligente: enquanto muitos brigam por pouco, poucos brigam por muito

Pude participar de um encontro com mais de 300 empresários de diversos segmentos industriais de todo o Brasil, em que se debateu a existência de uma cultura empresarial nacional caracterizada como individualista, defensiva, não sistêmica, desperdiçadora de recursos e esforços, e, sobretudo, fragilizada perante a competição global.

Nesse evento, ficou claro que valores, crenças e culturas de desempenho individual são grandes desafios que impedem o fortalecimento do processo associativo. O foco da estratégia empresarial de sobrevivência ainda converge para a centralização dos esforços nas competências internas de gestão e menos na articulação externa.

Quando observamos os modelos espanhol e italiano de desenvolvimento econômico, verificamos o quanto a organização e a cooperação empresarial inteligente atuam fortemente na conquista de novos mercados. Por lá, todos atuam com todos. Todos jogam com todos em prol de novos desafios em novos mercados. A integração acontece tanto na face vertical como horizontal, dentro das cadeias produtivas e competitivas.

No Brasil, são poucas as iniciativas com foco no todo. Ainda há a cultura forte de “Farinha pouca, meu pirão primeiro”, ou seja, o que prevalece ainda é o individualismo empresarial. Talvez pela crença de que abrir o jogo e compartilhar informações represente perdas e não ganhos.

A questão que fica é: como buscar o crescimento fazendo as mesmas coisas? E mais: o que estamos dispostos a fazer para alcançar novos mercados e enfrentar novos desafios? Qual a melhor estratégia: a do Oceano Vermelho de competição acirrada ou a do Oceano Azul de oportunidades e novas parcerias?

Sabemos que é muito difícil enfrentar novos caminhos sem parcerias confiáveis. Para buscarmos novos mercados, espaços ainda não ocupados, é preciso formar parcerias. Mas parcerias se constroem com comprometimento. O verdadeiro comprometimento só acontece com relacionamentos que gerem confiança. É a confiança que gera a cooperação.

Mato Grosso, por exemplo, tem o contexto ideal para facilitar a formação de uma nova consciência de cooperação empresarial. Devido a sua característica de economia em franco desenvolvimento, é possível unir esforços de empresas com interesses em comum, buscando caminhos inteligentes que favoreçam o crescimento de todas as organizações envolvidas e cadeias a que pertencem.

Formar associações ou grupos de trabalho, filiar-se a alguma entidade já existente, nesse contexto, mais que uma questão política, é uma estratégia para fomentar o crescimento e a longevidade das empresas.

É necessário, portanto, construirmos um movimento em prol do crescimento dessa consciência cooperativa empresarial, que seja inteligente no sentido de garantir espaços, projetos e inovações que sejam coletivas e promotoras do desenvolvimento econômico sustentável.

Falando nisso, como a sua empresa tem atuado: competindo sozinha ou construindo alianças inteligentes?

Se precisar trocar uma ideia, conte com a gente!

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Eber Capistrano

Eber Capistrano

Eber Capistrano Martins, Economista, MBA, Mestre e Doutor. Fundador e Consultor de Planejamento e Inteligência de Mercado da Central CM. Professor do Departamento de Administração da UFMT.

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